venerdì 7 maggio 2010

Mais uma herança maldita de Lula para Serra


ERENICE VAI À GUERRA ELEITOREIRA



Por Reinaldo Azevedo

O anúncio feito ontem pela ministra Erenice vai à Guerra (!), da Casa Civil, do PNBL (Plano Nacional de Bandalheira Larga) revela o governo Lula no seu estado de arte. Tratou-se de mera campanha eleitoral. E das mais vulgares. Faz sentido. A experiência máxima de Erenice, até agora, nos altos assuntos da República foi revelada por seu envolvimento com aquele dossiê fajuto contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth Cardoso, uma das pessoas mais dignas que já pisaram em Brasília. Com a mesma ética com que se fabrica uma coisa, pode-se fabricar outra.

Erenice vai à guerra eleitoral. Até agora, não há plano nenhum nem se conhece o decreto de reativação da Telebras. A única coisa que o governo conseguiu ontem foi dar seqüência ao plano de valorização do papelório da Telebras — uma das fases dessa curiosa engenharia contou com a assessoria do sempre solerte José Dirceu, apontado pelo Procurador Geral da República como “chefe da quadrilha” do mensalão.

A rede de fibras óticas pertence à Eletronet, empresa falida de que a Eletrobras é acionista. O controle da estatal sobre essa rede é garantido por uma liminar, que pode ser derrubada na Justiça. O governo federal anuncia um plano mirabolante, com R$ 13 bilhões de investimentos — R$ 3,5 do Tesouro e R$ 7,5 do BNDES —, tendo, na prática, como garantia, uma liminar. E certamente semeando outras. Por quê?

O fantástico avanço que houve da telefonia e do serviço de transmissão de dados no Brasil está ancorado em lei: a Lei Geral de Telecomunicações e a Lei de Licitações. No anúncio e dos discursos, fica claro que o governo pretende que a estatal concorra com as operadoras privadas. É? Participou de leilões? Recebeu concessões? Está subordinada às regras que valem, então, para as suas concorrentes?

Por enquanto, no que tem de firula, o Plano Nacional de Bandalheira Larga só vai servir à campanha eleitoral; no que pode ter de sério, vai compor parte da herança maldita de Lula.

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